22.1.07

Escritores amigos da ginja

De quando em vez lá surgem mais umas pérolas de ginja na literatura portuguesa. Curioso é verificar o arco temporal entre estas aqui presentes. A referência mais antiga data de 1614, de Fernão Mendes Pinto, e a mais recente de 1960, na obra «As Monstruosidades Vulgares», de José Régio. O que simplesmente atesta o regular uso destes vocábulos pelos nossos autores.

Fernão Mendes Pinto
«Peregrinação» 1614
“... cõ muytos muitos arcos cubertos de ginjas, peras, limões, & laranjas...”

Júlio César Machado
«A vida alegre: apontamentos de um folhetinista», 1880
“Para a minha edade e para o meu génio, Paris, segundo a expressão popular, estava a dizer ginjas.”

João Gaspar Simões
«Amigos Sinceros», 1941
“Pagnon trouxe a roda de ginjinhas. Faneca fez uma saúde. Manuel António levou a ginjinha à boca e virou-a de um trago. «Caramba, pá!» exclamou o Faneca.”

José Régio
«As Monstruosidades Vulgares», 1960*
“Marciano tornara-lhe o braço, e continuava as apresentações. Toda aquela gente se conhecia («de ginjeira!» disse-lhe depois Olegário).”

*há uma edição anterior, dos anos quarenta.